

Por Tomaz Aquino
Procurador do Estado de Goiás
“Talvez o maior desafio que se avizinha seja a transição do necessário e atual período de isolamento para a normalidade”
Depois da tempestade, vem a bonança. A expressão, representante de alento e esperança diante do difícil cenário imposto pela Covid-19, essenciais para o enfrentamento de períodos como o que se passa, pode ser tomada, espera-se, como verdade absoluta.
É histórico, pelo menos num cenário geral, que os momentos mais tormentosos da humanidade, ainda que tenham deixado para trás devastação e uma grande quantidade de mortos e feridos, tiveram um fim.
Tal constatação não afasta outra, também, quase dogmática: nem sempre o período tempestuoso dura pouco e nem sempre, durante seu curso, os povos têm condições de se planejar para o período de calmaria.
De fato, especialmente no caso da nossa atual tormenta, talvez o maior desafio que se avizinha seja a transição do necessário e atual período de isolamento para a normalidade, sendo que o mais provável é que nunca voltemos às condições anteriores, mas que a transição nos conduza, inevitavelmente, para uma “nova normalidade”.
A passagem para essa “nova normalidade”, entretanto, vai exigir da sociedade e dos governos mudanças de direção, verdadeiras guinadas, capazes de compatibilizar as estruturas atuais ao novo cenário.
Instrumentos já existentes, mas subutilizados, como o teletrabalho, por exemplo, testado forçosamente e à exaustão no período de isolamento, deverão ser a primeira opção, não só porque ainda estaremos convivendo com a disseminação, ainda que controlada, do vírus, mas porque os efeitos benéficos daquele instrumento vão além do controle da propagação de doenças.
Em cidades como São Paulo, por exemplo, os trabalhadores gastam, em média, 2 horas e 50 minutos, por dia, nos deslocamentos para o trabalho. A transferência do ofício para o domicílio contribuiria, portanto, não só para a melhora da qualidade de vida das pessoas, mas também com a qualidade do trânsito de todas as grandes cidades do País.
É preciso aproveitar essa verdadeira janela de oportunidade que se abre, em meio à pandemia, para aplicar de maneira eficiente os insumos tecnológicos já disponíveis instalando mecanismos de controle de produtividade eficazes, tanto no serviço público, quanto nos empreendimentos privados, nas situações em que esse tipo de prestação seja possível. O novo normal, para ser bem sucedido, terá que acabar, de vez, com qualquer tipo de preconceito que ainda paire sobre o trabalho a distância.
Fonte: Assessoria de Comunicação da APEG | Ampli Comunicação, com informação do jornal O Popular
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